segunda-feira, 14 de setembro de 2009

cor-de-rosa




Não, o mundo não é cor-de-rosa, definitivamente! Existem, sim, aqueles momentos em que sempre e insistentemente queremos imortalizá-los, eternizá-los. Como se a vida fosse um grande conto de fadas. Não é mesmo!


De maneira alguma quero fazer uma apologia ao sofrimento, à dor. Mas me peguei pensando no quanto ando correndo disso! Não quero dor, sofrimento, pessoas chatas e irritantes, as quais tenho que fazer um esforço sobre-humano pra não voar em cima. Não quero trânsito, nem doença, muito menos a morte.


Esses dias tava lendo um site interessantíssimo no qual o “rapaz” falava um pouco em voltar às origens. Como assim? Sair do conforto! Ponto! De fato, o excesso de conforto adormece, entorpece e em sua ausência... enlouquece. Isso é o que acontece com o extremo apego a si mesmo, ao meu sofazinho, à minha caminha macia, ao meu bainho quentinho, à minha saladinha fresquinha, às minhas almofadinhas, ao meu ursinho fofinho... não, não há nada de errado com isso! Errado é achar que a vida é só isso!


Ele falava que de vez em quando, procurava comer coisas não tão saborosas assim, tomava banho frio em pleno inverno, para “acordar o corpo”, água morna relaxa, e dizia que era preciso resgatar um pouco o homem das cavernas, o vigor e a força dos nossos antepassados. Concordo! Está sendo criada uma raça, nunca antes existida, de homens completamente fracos, frágeis, perdidos, indecisos, medrosos... Estou falando do gênero masculino mesmo, não usando a palavra homem como ser humano e não vou entrar aqui na velha questão da revolução feminina, que muitos dizem já o ter superado.


O fato é que hoje em dia estão tentando tirar a dor com uma grande incisão de bisturi. Paradoxalmente, mais e mais pessoas morrem, de depressão, de solidão, enclausuradas em si! A dor da alma se propaga vertiginosamente, e vai ficar ainda pior! Mais e mais pessoas estarão enlouquecidas pelo simples fato de não saberem mais lidar com a frustração, com o sofrimento, com o sacrifício. Notei o quanto fujo de ver sangue. Pessoas feridas, não quero nem saber! Assistir só a filminhos comédia romântica onde tudo, advinha... acaba daquela cor. Estou ficando condicionada e medrosa.


E nessa aspiral de acontecimentos e confusões, temos que lidar ainda com o escasso tempo. Tudo tem que ser rápido. Comida rápida, relacionamentos rápidos e soluções rápidas para os relacionamentos rapidamente desfeitos. Não amigos, não virei adepta à deitar numa cama cheia de pregos, mas temo já estar me tornando escrava de mim, do meu egoísmo, do meu egocentrismo, da minha falta de generosidade, sobretudo, com os que eu tenho grandes dificuldades... temo me tornar perseguidora do nada, assustada com tudo. Com perdas, sofrimento, dor, e com o esforço em doar-me... porque a vida é tudo, não é? Não, não é! Pelo menos não para aqueles que esperam bem mais do que existe aqui... onde tudo é aparentemente cor-de-rosa.

Um comentário:

  1. Procura-se: uma gota de sangue espartano! tem gente que acha que suar em academia eh trabalho.. não se fazem mais indivíduos como antigamente, suor sofrido é relicário da alma, raros os que cultuam ou apreciam a vida com as cores e formas que elas realmente têm, precisamos de mais água pura, infelizmente nos acostumamos a flavorizada. (PH-ÁCIDO)

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