segunda-feira, 31 de agosto de 2009

...

Os dias, às vezes,
são assim... em alguns
momentos preenchidos
de risos, lágrimas,
algumas vezes, de nada.
Sem emoção, sem muita razão,
sem grandes expectativas,
eles vão...e outros tantos virão...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Apenas Teu














Todo os dias eu quero
Um tempo só Nosso
O melhor de todo o meu tempo
Um tempo com gosto de fruta doce
Um tempo com brisa e sol
Vou separar meu melhor momento
Aquele em que sou apenas eu
Sem a obrigação dos papéis do mundo
O tempo em que não sou nem mãe
Nem filha, nem irmã, nem amiga
Sou apenas a essência, as células
As entranhas, a alma
Um tempo sem máscaras
Um tempo apenas Teu
Onde não sou mais minha
Assim crua com meus defeitos
E erros, e acertos
Passo a ser apenas Tua
E Tua apenas, meu Deus!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A INsustentabilidade do ser...



Há 49 anos nascia a capital do país. Sou suspeita pra falar dessa cidade, visto que aqui resido e, particularmente, aprecio a cidade por suas muitas qualidades. No entanto, sua arquitetura vastamente conhecida, apreciada ou odiada, é o cartão postal da mesma. Bem, há 49 anos a arquitetura do querido, não por mim, Niemeyer, já não fazia sentido. Tudo bem, foi algo revolucionário na época, o digam os arquitetos. Quem sou eu pra contestar tal proeza! Mas toda aquela invenção exigia uma carga altíssima de iluminação artificial, isto é, MUITAS lâmpadas acesas dia e noite. Nesse momento de sustentabilidade, arquitetura verde, podemos perceber a sensibilidade de alguns profissionais da área, em construir prédios, ou o que quer que seja, onde gaste-se MENOS energia e que, no fim das contas, ajudem a diminuir o aquecimento global, entre outros problemas. Tal crime contra o planeta não era muito observado, nem sentido, há décadas atrás. Todavia, neste momento, ajudem-me, por favor, a compreender o que leva um arquiteto renomado, revolucionário, a construir um “parque” TODO EM CONCRETO! O tal “parque”, quase sem área verde, foi construído na capital de Pernambuco. Já nasceu em meio à polêmica, primeiro pelo nome, da mãe do atual presidente da República, que ninguém antes tinha sequer ouvido falar, tamanha contribuição para o país, segundo, havia DE FATO uma área verde anterior à construção do mesmo. Mas o pior ainda estava por vir, o “parque” em si, nada mais é do que dois anfiteatros construídos com o mais puro CONCRETO, completamente FECHADOS! Isto posto, será necessário mais energia artificial ainda. Em pleno meio dia, em uma cidade bastante iluminada naturalmente, serão necessárias lâmpadas...muitas delas! Ligadas de manhã, à tarde, à noite, de madrugada, quem sabe... E se faltar energia? Não quero nem pensar!... Bom, mas a situação se agrava quando vemos a localidade do dito cujo... em frente à beira mar!! Vidro, espelhos, teto solar, pensar num projeto onde se aproveita a ventilação que vem do mar... pra quê?! É muito melhor ligar todos os ares-condicionados possíveis! Todos respirando o arzinho gelado e sem circulação! Ainda há os gastos com a manutenção dos mesmos, claro! E as gripes? Todo mundo espirrando lá dentro, que beleza! É isso aí, fiquemos todos fechadinhos na caixinha, e se quisermos aproveitar a brisa fresca do mar... ora, é só sair do ambiente gelado, enfrentar o calorzão lá fora... e atravessar a rua!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Nós



Já estivemos no mesmo lugar. Do âmago da nossa mãe saímos para o mundo. Mesmo assim, houve um tempo em que éramos quase estranhas, aquele tempo adolescente em que as “amigas” eram “tudo”. Há muito esse tempo ficou pra trás. Hoje compartilhamos sonhos, sofrimentos, alegrias, e o mais importante, sabemos que teremos sempre uma à outra! Não importa se nossos filhos casaram e foram embora, não importa se estamos sem companheiros. Sabemos que ainda dividimos o mesmo lugar, não mais o físico, e sim, aquele bem íntimo, o lugar comum dos nossos corações!
FELIZ ANIVERSÁRIO MINHA IRMÃ!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Félicité



Pode parecer piegas essa reflexão, mas não canso de pensar na quantidade de pessoas que passam a vida inteira correndo atrás da tal felicidade. Onde será que devemos procurar? Será que está em nós? Será que é genético? Será que vem com a sabedoria? Com o tempo? Com a casa própria? Casamento? Filhos? Difícil saber onde começa exatamente. O que tenho percebido nesses anos da minha existência é que existem pessoas felizes e existem pessoas infelizes... e isso não depende muito da situação não! Naturalmente, estou tomando como ponto de partida uma vida com saúde, moradia, família, relacionamentos (somos seres sociais), é preciso haver uma base, um mínimo de conforto para se ter uma vida com dignidade e assim, poder, quem sabe, ser feliz. O que me impressiona é que há pessoas que possuem esse “kit” básico, possuem casa, família, não têm problemas de saúde, possuem relacionamentos, vida social, e ainda assim, são infelizes. Reclamonas, tristonhas, briguentas, mal-humoradas... são, na maioria das vezes, pessoas difíceis de se relacionar.


Por um outro lado, penso naquelas pessoas “leves”, aquelas que desejamos estar perto, que não temos medo da sua reação porque possuem um equilíbrio saudável, mesmo em momentos de estresse. Saber viver é uma arte, dizem, to achando que é mesmo. Infelizmente não há escolas que ensinem, e alguns passam a vida inteira sendo reprovados e nem se dão conta disso, acham que viver é isso mesmo, um fardo pesado e incômodo. Já ouvi isso, acreditem! É incompreensível pra mim tais palavras. Todavia, não quero ser eu a atirar a primeira pedra, não quero ser eu a juíza da felicidade ou infelicidade de outrem. Mas, seguramente, quero ser eu a viver essa vida plenamente, feliz, assim como o sou neste momento e em todos os outros!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009




Tua voz são as notas mais suaves

que compõem a melhor melodia

Teu rosto é a imagem mais ansiada

que só de ver me alegra a alma

Teus gestos me dizem o quanto

quero pegar-te no colo e

colar-te no meu peito

para sempre!


sábado, 15 de agosto de 2009

Os gêneros

(Simone de Beauvoir)
trechos do livro O Segundo Sexo - volume II


"O que torna relativamente fácil o início do rapaz na existência é que sua vocação de ser humano não contraria a de macho: já sua infância anuncia esse destino feliz. É realizando-se como independência e liberdade que ele adquire seu valor e concomitantemente seu prestígio viril."


"A mulher pensará em sua aparência física, no homem, no amor: não dará senão o estritamente necessário ao seus estudos, à sua carreira. Forma-se um círculo vicioso: espantamo-nos muitas vezes, ao ver com que facilidade uma mulher pode abandonar a música, os estudos, a profissão logo que encontra um marido; é que empenhara demasiado pouco de si mesma em seus projetos para descobrir grande proveito na realização deles. Tudo contribui para frear sua ambição pessoal, enquanto uma enorme pressão social a convida a encontrar uma posição social no casamento, uma justificação. É natural que não procure criar por si mesma seu lugar neste mundo, ou que só o faça timidamente."


"Só há verdadeira maturidade sexual na mulher que consente em se fazer carne na comoção e no prazer."


"Muitas vezes, durante os primeiros anos, a mulher cultiva ilusões, tenta admirar incondicionalmente o marido, amá-lo sem restrições, sentir-se indispensável à ele e aos filhos; depois, seus verdadeiros sentimentos se revelam; percebe que o marido poderia viver sem ela, que os filhos são feitos para se desprenderem dela: são sempre mais ou menos ingratos. O lar não a protege mais contra sua liberdade vazia; reencontra-se solitária, abandonada, um objeto; não sabe o que fazer de si mesma."


"É um engano ainda mais decepcionante do que sonhar em alcançar, pelo filho, uma plenitude, um calor, um valor que não se soube criar por si mesmo; o casamento só dá alegria à uma mulher capaz de querer desinteressadamente a felicidade de outro, àquela que, sem se voltar para si mesma, busca uma superação de sua própria existência."


"Para o homem, nem a elegância nem a beleza consistem em se constituir em objeto; por isso não considera, normalmente, sua aparência como reflexo de seu ser. Ao contrário, a própria sociedade pede à mulher que se faça objeto erótico. O objetivo das modas, às quais está escravizada, não é revelá-la como um indivíduo autônomo, mas ao contrário, privá-la de sua transcendência para oferecê-la como uma presa aos desejos masculinos; não se procura servir seus projetos, mas, entravá-los."


"É muito difícil à uma mulher agir como uma igual ao homem quando essa igualdade não está universalmente reconhecida e concretamente realizada."


"O homem também se interessa pelo dinheiro, pelo êxito: mas tem os meios de conquistá-los pelo trabalho; à mulher assinalaram um papel de parasita: todo parasita é necessariamente um explorador; ela precisa do homem para adquirir dignidade humana, para comer, gozar, procriar; é através dos serviços que presta com o sexo que assegura as generosidades masculinas; e como a encerram nessa função, ela se transforma inteiramente num instrumento de exploração."


"Sua atitude em relação ao homem é demasiado ambivalente. Este é, com efeito, uma criança, um corpo contingente e vulnerável, um ingênuo, um tirano mesquinho, um egoísta: mas é também o herói libertador, a divindade que distribui valores. Quando uma mulher diz com êxtase: “É um homem!” evoca ao mesmo tempo o vigor sexual e a eficiência social do macho que admira: em uma e outra coisa se exprime a mesma soberania criadora; ela não imagina que ele seja um grande artista, um grande homem de negócios, um general, um chefe sem ser um amante vigoroso; os êxitos sociais dele têm sempre uma atração sexual."


"E compreende-se por que todas as comparações com que se esforçam por decidir se a mulher é superior, inferior ou igual ao homem são inúteis: as situações são profundamente diferentes. Confrontando-se tais situações, faz-se evidente que a do homem é infinitamente preferível, isto é, ele tem muito mais possibilidades concretas de projetar sua liberdade no mundo; disso resulta necessariamente que as realizações masculinas são de longe mais importantes que as das mulheres; à estas é quase proibido fazer alguma coisa."


"Reconhecendo-se mutuamente como sujeito, cada um permanecerá, entretanto um outro para o outro. Quando for abolida a escravidão de uma metade da humanidade e todo o sistema de hipocrisia em que implica, que a “seção” da humanidade revelará sua significação autêntica e que o casal humano encontrará sua forma verdadeira."


A Paz




Não quero mais paixões arrebatadoras,

nem impulsos incontroláveis.

Não quero o coração descompassadamente acelerado...

quero a brandura, a doçura dos dias

ao lado dAquele que me dá a paz!

Essa paz que mais ninguém dá,

que nada pode comprar!

Brandura

Felicidade branda é aquela aquecida em banho-maria pelo coração.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

De volta aos trilhos



Já li textos e poemas que falam da vida como um trem, no qual pessoas sobem, descem outras, há desvios, atalhos, subidas e descidas. Caminhos tortuosos que pegamos, paisagens exuberantes que vemos, bifurcações, paradas obrigatórias. Refletindo sobre a minha vida, essa caminhada esquisita e misteriosa, excitante e inesperada, perguntei a mim mesma o que havia acontecido com meu trem? Para onde se dirigia, que rumo tomava? Durante alguns bons anos tive a impressão de que ele havia descarrilhado. Sim! Por alguma razão, em algum momento da minha vida, o trem simplesmente ficou desgovernado. Não que houvesse alguma ladeira muito íngrime e sem controle, mas era como se a maquinista não estivesse presente. E fui vivendo sem conseguir voltar aos trilhos. Não sei onde o destino entrou, não sei em que altura o caminho ensolarado reapareceu. Mas de um solavanco, rápido, inesperado, o trem voltou ao seu percurso, apitando... Parece que agora encontrei de novo a paz, a razão, o sentido e o caminho rumo à minha vida!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A dor do outro

Ontem tive uma experiência que poderia dizer ter sido negativa. Mas prefiro transformá-la numa reflexão. Acordei com uma tosse forte, febre e dor de garganta. Nesse momento de alerta geral em relação à gripe H1N1, fui recomendadamente ao hospital. Lá chegando, já percebi a quantidade de pessoas com problema semelhante ao meu, ao mesmo passo que percebi o grande despreparo, não apenas dos médicos, mas de toda uma equipe hospitalar.

No balcão distribuíam máscaras para quem quisesse. Pedi uma pra mim por estar tossindo bastante. E fiquei aguardando...aguardando...demorou pelos menos DUAS horas até entrar no consultório médico. Mas antes disso vi algo que não gostaria de ter visto. Uma senhora desfalecida sendo carregada desajeitadamente pelo médico e funcionários para uma sala que ficava perto de onde estávamos, perto da sala de espera, e sua filha, naturalmente desesperada, gritando pelos corredores. Naquele momento não havia nenhum funcionário, recepcionista, enfermeiro, já que médico não havia mesmo, que desse uma assistência à acompanhante emocionalmente abalada. Não aguentei, levantei-me e fui até o balcão de atendimento e questionei sobre o fato, se não havia ninguém que pudesse ajudá-la, oferecer ao menos um copo de água com açúcar, ora bolas! O rapazinho da recepção levantou-se e procurou uma forma de dar alguma assistência, mas logo voltou ao seu posto inicial. Pude perceber que depois de algum tempo, finalmente, deram um pouco de água à mulher e a puseram numa sala. Menos mal.

Entrava médico na sala onde levaram a senhora, saía médico, até que pude ver que carregavam a “maletinha”. Aquela com o ressussitador. Fiquei nervosa! Na minha curiosidade de observadora não pude deixar de me perguntar se aquela senhora havia morrido. Chamaram meu nome finalmente, e entrei na sala do doutor. Lá dentro veio a confirmação, uma médica, nova ainda, e pelas suas próprias palavras, inexperiente, conversou rapidamente com o médico que me atendia, dizendo não saber como proceder em caso de óbito, pois era a primeira vez que vivia aquela situação.

Confesso a vocês que naquele instante lágrimas começaram a cair do meu rosto, eu a vi, vi sua filha, não estou acostumada a lidar com a morte, assim tão subitamente, já estava abalada por estar adoecida, que é algo que nos deixa fragilizados, estava sozinha, sem a minha mãe, com dor, com fome, cansada de tossir e ver aquela cena me deixou incrivelmente sensibilizada. Por pensar, egoísticamente, que poderia acontecer comigo também, pode ser. Mas além do meu egoísmo, senti medo da morte e compaixão pela sua filha e família por aquela perda.

Bom, recuperada das lágrimas, continuei minha peregrinação rumo ao diagnóstico. Fui então, para sala de raio-x. Mas, nada lá era tão simples assim. Tive que pegar uma nova senha e lá foram mais DUAS horas para tirar o raio-x. Teve o funcionário que passou outras pessoas na minha frente, quando já estava perdendo o limite da paciência e da dor, fui questionar a demora. O tal funcionário disse que havia me chamado há uma hora atrás. Tive que falar umas verdades pra ele. Passado mais esse stress. Espero mais MEIA hora para ficar pronto o exame e retorno ao médico que me atendeu primeiro. Por conta da demora, ele já não se encontrava mais no hospital, só eu, infelizmente. Fui atendida por um outro qualquer, nervoso ele, grosseiro e estressado. Saí com mais lágrimas mas grata por estar indo para casa...

No fim das contas...relaxei. Ora, se não estava com a gripe A, devido toda aquela demora e despreparo do hospital, se, por um acaso, havia alguém com esse diagnóstico, todos foram infectados, inclusive os médicos!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

EU


Ter a mim mesma é como o
nascer diário do amor próprio.
É sentir-me inteira e soberanamente minha.
É acolher meus pensamentos, sentimentos.
Desvendá-los, aceitá-los.
É não ter medo do que ainda não descobri.
É aceitar-me como sou.
Para poder aceitar-te como és.

sábado, 8 de agosto de 2009

just want...

If I could take you away
Pretend I was queen
What would you say
Would you think I'm unreal
'Cause everybody's got their way I should feel
Everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love
Want to be your love, for real

Everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love
Want to be your love for real
Want to be your everything

Everything...

Everything's falling, and I am included in that
Oh, how I try to be just okay
Yeah, but all I ever really wanted
Was a little piece of you...


Be be your love - Rachel Yagamata

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

melhor...

É melhor desabrochar em papéis
as fantasias retidas em mim,
em conhecer-te, em ter-te...
O mistério da não resposta faz-me calar,
ao invés de baixinho em teu ouvido sussurrar:
quero-te!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

sempre Simone

"Não se pode escrever nada com indiferença." S. Beauvoir

"O escritor original, enquanto não está morto, é sempre escandaloso." S. Beauvoir

"O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação." S. Beauvoir

"A minha liberdade não deve procurar captar o ser, mas desvendá-lo." S. Beauvoir

domingo, 2 de agosto de 2009

dias...

Há dias em que simplesmente calo,
há dias em que falo
e dias em que quero apenas um afago.

sem

De volta ao novo recomeço os passos.
Entre todos os percalços está a ausência do abraço.

Reencontro

Reencontrar-te é mais que ver-te,
é ver a mim mesma num movimento
que me impulsiona para a vida.
Sentir-te, ter-te é mais que saber-te,
é conhecer a mim mesma
num desvelamento sem fim!